As pressões de bastidores levaram o deputado estadual Fernando Santana (PT) a retirar a candidatura à Presidência da Assembleia Legislativa. Com a reviravolta, o deputado Romeu Aldigueri (PDT), identificado com o atual presidente e prefeito eleito Evandro Leitão (PT), é o candidato da base governista ao comando do Legislativo para o biênio 2025/2026.
Santana acabou se transformando em pivô de uma crise aberta pelo senador Cid Gomes (PSB) que, por meio da irmã Lia, anunciou que, diante da concentração de poderes do PT, estava se distanciando da base de apoio ao Palácio da Abolição.
“Diante de algumas ponderações, e do atual contexto, para a importância da manutenção dessa aliança coesa e forte, anuncio que abro mão de minha candidatura. Faço isso com a tranquilidade da alma, porque não faço política como projeto pessoal, mas coletivo. Continuarei firme, ao lado dos nossos aliados, na luta por um Ceará cada vez mais forte”, argumenta Fernando Santana, em nota que anuncia a renúncia.
A manifestação de Lia Gomes foi exposta no último sábado e, ao longo desta semana, foi deflagrada uma ampla mobilização para reaglutinação da base de apoio político ao Governo Elmano de Freitas. O Ministro da Educação, Camilo Santana, minimizou o episódio, elogiou Cid e o lançou candidato ao Senado em 2026.
Cid chegou a dizer, na noite de terça-feira, após participar de reunião com a cúpula estadual do PSB, que falaria no momento certo, mas deixou transparecer que, como não se pronunciara, não oficializara o fim da aliança com o PT. O senador socialista pediu, ainda, para que não colassem palavras em sua boca.
Derrotado na disputa pela Prefeitura de Juazeiro do Norte, a candidatura de Fernando ao comando da Assembleia Legislativa gerou divergências com o grupo de Cid Gomes, mas atraiu o apoio da quase totalidade dos deputados estaduais ligados ao Ministro Camilo e ao Governador Elmano.
Fernando Santana justifica o gesto de renúncia em nome de uma parceria de grandes aliados, nominando Camilo, Elmano e o presidente Lula. Esse projeto, segundo ele, tem sido “construído na base do diálogo e do respeito, e sempre buscando o melhor para nossa população”.
A escolha do seu nome, segundo Fernando Santana, o deixou “feliz e honrado”, a lembrança e, principalmente, a acolhida dos companheiros deputados. Ele admitiu que, embora com o apoio da maioria da base parlamentar aliada, houve discussões, impasses, o que considera como ‘’ natural numa democracia”.